Um ex-estagiário, Henrique Vogado
me procurou esses dias pra contar que um campeão de competições de CrossFit de
nível nacional esteve treinando em seu box. E uma coisa o incomodou: após a
visita, alguns alunos falaram que queriam que o atleta prescrevesse seus
treinos, que ele é fera e deve saber tudo de treino, entre outras abobrinhas.
É
um pensamento completamente equivocado. Cumprir rotinas de treino de alto nível
com grande destreza e determinação, como os grandes atletas normalmente fazem,
é totalmente diferente de saber qual treino realizar. E o treino, com suas
dezenas de variáveis e interações é só uma parte do trabalho de um treinador de
alto nível. Há toda uma periodização voltada para competições que exige anos de
estudo e aplicação prática.
Por
trás de um atleta campeão há sempre um treinador. Na verdade, são vários os
treinadores que passaram pela vida de um Federer, de um Messi e de um
Mayweather para formar os atletas que são.
É evidente
que o grande atleta pode estudar e passar a ser um grande treinador. Mas
enquanto atleta, ele invariavelmente faz treinos propostos por treinadores que,
na maioria das vezes, sequer foram atletas. Pelé, o atleta do século, teve um
desempenho físico e técnico exuberante na altitude da Cidade do México, na Copa
de 70, após meses de preparação física com Carlos Alberto Parreira, um “reles”
professor de Educação Física.
Então parem de relacionar atleta
com prescrição de treino. O atleta de bom nível inclusive não tem essa pretensão
e sabe reconhecer que sem um treinador (ou vários) seu desempenho não seria o
mesmo. Portanto, crianças, quem entende de ministrar ou prescrever treinos são
os treinadores! No CrossFit e na musculação, especificamente, professores de
educação física.
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