Um estudo recentemente publicado com o título "Respostas heterogêneas no ganho de massa muscular e força induzidas pelo treinamento de força em homens e mulheres de diferentes idades" (ufa!) apresentou alguns dados muito interessantes e gostaria de fazer alguns comentários.
O gráfico acima mostra a variação no tamanho do quadríceps pós intervenção de 88 sujeitos com menos de 45 anos. As barrinhas cinzas representam as mulheres e as escuras, os homens. O estudo durou 24 semanas, o treino estava de acordo com a as recomendações do ACSM e foi o MESMO para todos, bem como a ingestão proteica. Percebam que houve indivíduos que tiveram REDUÇÃO de até 10% no tamanho muscular do quadríceps, e outros com ganho de 25% constatados por ultrassonografia. Novamente, alguns ganharam muita massa muscular e outros perderam massa muscular com o mesmo treino e ingestão proteica.
O que podemos inferir a partir deste estudo?
1 - nas palavras dos autores, há "bons respondedores" e "maus respondedores" ao ganho de massa muscular. Mas, por favor, não há genética que resista a maus ou bons hábitos.
2 - seguir as rotinas alimentares e de treino das musas e misters fitness podem te levar a lugar nenhum. Na Premium há uma jovem conhecida por fazer o treino da Gracyanne Barbosa e... melhor nem comentar.
3 - principalmente, muita atenção a como você está realizando seu treino!! Frequentemente observamos treinos semelhantes levando a resultados bem diferentes. Pudera! Mesmo com orientação próxima, vejo treinos sendo conduzidos sem qualquer concentração, no estilo "vou fazer de qualquer jeito pra acabar logo com isso!". A pessoa está na academia fisicamente mas a cabeça está em outro lugar. Já presenciei até agachamento conversando ao celular!
Ora, todos sabemos que a receita para atingir objetivos na vida envolve concentração, disciplina, esmero, muito esforço e mais uma pá de coisas. Por que com o exercício ou a dieta seria diferente? Na verdade, na vida às vezes contamos com uma jogada de sorte, pode ser um chute numa prova de concurso ou vestibular, um bilhete de loteria premiado, um gerente que muda de estado e o cargo cai no seu colo... Mas nosso organismo é muito mais "frio e calculista" que nossas vidas. Não há chances de ele responder a uma série de agachamentos feitos enquanto se fala ao celular da mesma forma que a uma série realizada até a falha. Não há chance de "essa semana dei sorte: almocei Mc Donalds, lanchei coxinha com refri, jantei pizza e emagreci 2 kg!". Nenhuma possibilidade disso acontecer! Ele irá responder exatamente na mesma medida dos seus esforços! É 100% meritocrático.
Há uma gama enorme de tipos de treinamentos que podem ser excelentes ou inócuos. Você inclusive pode ter o melhor personal trainer ao seu lado, mas a contribuição que o SEU esforço tem no resultado final representa a maior parcela do sucesso ou insucesso.
Um abraço!
Velho, a menção do item 3 é importantísssima, pois realmente a condição mental que o atleta (profissional ou amador) aplica em cada treino diz muita coisa sobre os resultados. Realmente vejo muitos colegas fazendo as atividades de "qualquer" forma, notadamente sem concentração no músculo que está sendo trabalho. Essas pessoas pensam (ou não pensam nada) apenas em fazer e acabar o movimento, ao invés de sentir a contração e alongamento da musculatura, de forma controlada, dentro de uma postura correta. Isso sem falar nos alunos-pêndulo, aqueles que parecem pêndulos de relógio na hora de fazer movimentos com cargas em pé. Haja coluna (e muito roubo no movimento) rsrsrsr....
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